No mês de Junho, as festas juninas estão a mil
pelo Brasil!
Mas, qual é a origem destas festas?
Como comemorar?
Quais as crendices?
Vamos ver isso e muito mais!!!!
As raízes profanas de São João
Quando
o Vaticano instituiu, no século VI, o dia 24 de junho para a comemoração do
nascimento daquele que batizou Cristo, os povos europeus já celebravam, com
grandes fogueiras, a chegada do calor e do sol. “Os cultos pagãos eram rituais
de abundância e fertilidade”, diz a professora Maria Lúcia Montes, antropóloga
da Universidade de São Paulo. “Havia sacrifício de animais e oferendas de
cereais para afastar os demônios da esterilidade, das pestes agrícolas e da
estiagem”. O cristianismo, na verdade, apenas “converteu” uma tradição pagã em
festa católica.
Em
Portugal, as comemorações foram ampliadas no século XII, incluindo o dia de
nascimento de Santo Antônio de Pádua (que nasceu em Portugal, mas morreu na
Itália, no dia 13 de junho de 1195), e o da morte de São Pedro, em 29 de junho.
Transportadas para o Brasil Colônia, as festas “pegaram” entre índios e
escravos. Descrevendo as celebrações católicas “assimiladas” pelos indígenas, o
jesuíta Fernão Cardim escreveu em 1583, em seu Tratado da Terra e da Gente do Brasil: “A mais alegre é a das
fogueiras de São João, porque suas aldeias ardem em fogo e, para saltarem as
fogueiras, não os estorva a roupa, ainda que algumas vezes chamusquem o couro”.
Com a
chegada da Família Real portuguesa, que se transferiu para o Brasil fugindo de
Napoleão, na Europa, as festas juninas tomaram novo rumo. Não demorou muito, as
contradanças (dança de casais que trocavam de pares) saíram dos salões nobres
para as festas populares. Casamentos, batizados, festas juninas, festas de
padroeira e muitas outras passaram a ser comemoradas com a dança.
A
partir de 1930, quando o nacionalismo de Vargas estimulou a busca de uma
identidade cultural brasileira, as quadrilhas foram revalorizadas. Segundo o
antropólogo Renato da Silva Queiroz, da USP, “junto com a temática do homem do
campo surgiu a dança caipira que nada mais é do que a quadrilha de origem
aristocrática com adaptações”.
(SUPERINTERESSANTE,
Nhá-história do arraiá. São Paulo: Abril, 93, ed., ano 9, n. 6, jun, 1995, p.
26-27).
Tipos de Fogueiras
A fogueira de Santo Antônio,
considerado o santo casamenteiro, possui a base quadrada. Após, é só
intercalar as madeiras de forma vertical, deitando uma sobre a outra.
A data de comemoração é 13 de Junho.
A fogueira de São João,
considerado o santo festeiro, possui a base circular. A colocação das
madeiras é de forma vertical, de pé, de modo que se encontrem no topo.
A data de comemoração é 24 de Junho.
A fogueira de São Pedro,
considerado o protetor das viúvas e pescadores, possui a base triangular. Após, é só
intercalar as madeiras de forma vertical, deitando uma sobre a outra.
A data de comemoração é 29 de Junho.
Padre – Bão,
vamo começá logo esse casório. Ocê, Ciquinha Dengosa, promete, de
coração, prá marido toda vida, o Pedrinho Foguetão?
Noiva – Mas que pregunta isquisita seu vigário faz prá mim... Eu vim aqui mais o Pedrinho num foi prá dizê que sim???
Padre – E ocê Pedrinho, que me olha assim tão prosa, qué mesmo prá sua esposa a Sinhá Chiquinha Dengosa?
Noivo – Num havia de querê, num é essa minha opinião mas, se não caso
com a Chiquinha , vô direto pro caixão... (diz isso olhando de esguelha
para o delegado, que segura uma espingarda)
Padre – Então, em nome do cravo e do manjericão, caso a Chiquinha Dengosa com o Pedrinho Foguetão! E Viva os noivos!
Convidados - VIVA!!! (conforme os noivos passam, os convidados jogam arroz)
Padre – E vamo pro baile, pessoar!!!
E começa a quadrilha.
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Quadrilha - Casamento Caipira | |
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Quadrilha
Formar uma fila. O "cantador" da quadrilha deve anunciar os
passos (entre asteriscos):
*Passeio dos Namorados*.
Cada um com seu par, de braços dados em fila.
*Olha os cumprimentos* Se dividem em dois grupos, sem desfazer os casais, um
grupo de frente para o outro.
*Cumprimento ao público.*
Todos se viram e se curvam ao público. Cavalheiros tiram o chapéu, damas acenam.
*Cumprimento das damas.*
As damas vão até o meio, dançando e segurando a saia. Quando se encontram no
meio, fazem uma reverência graciosa. Enquanto isso os homens batem palmas.
*Anarriê*
As damas voltam de costas ao seu lugar.
*Cumprimento de cavalheiros*
Os cavalheiros vão até o centro, batendo os pés e com as mãos para trás.
Quando se encontram tiram o chapéu e se curvam.
*Anarrieê*
Recolocam o chapéu e voltam de costas ao seu lugar.
*A Galope*
De cada um dos grupos, saem 2 pares "cavalgando", por entre os pares se posicionando no final da fila.
*Passeio dos Namorados*
Cada par passa pelo corredor formado pelos demais integrantes até que a última dupla se forme tomando o cuidado de formar uma roda.
*Caminho da roça*
Os pares se desfazem, passando cada dama para frente do seu par, e continuam
andando em fila. (atenção para que fique intercalado - dama, cavalheiro,
dama, cavalheiro)
*A ponte quebrou!*
Todos mudam de direção com gritos de protesto.
*Já consertaram!*
Retomam a primeira direção com gritos de alívio.
Seguir em frente.
*Olha a chuva!*
Cada um coloca as mãos entrelaçadas sobre a própria cabeça.
*Já passou!*
Os cavalheiros colocam os braços para trás, as damas seguram a saia.
*Olha a cobra!*
As damas "caem" no chão e os cavalheiros abanam com o seu chapéu.
*Já mataram!*
Todos gritam "Oba" - a fila volta a andar.
*Olha o caracol!*
A noiva puxa a fila, dando a mão para quem a segue e assim sucessivamente até o último da fila, formando uma serpentina dentro da roda, até chegar ao centro.
*Desmanchar*
A noiva volta e começa a desfazer, até conseguir formar a grande roda de novo.
*Valseio das damas*
Os cavalheiros se abaixam deixando uma das mãos para cima.
Ao comando as damas "costuram" entre eles tocando a ponta dos dedos até chegar no seu par.
*Grande roda*
Se dão as mãos e formam uma roda (atenção para que fique intercalado - dama,
cavalheiro, dama, cavalheiro)
*Damas ao centro*
Manter 2 rodas, a de cavalheiros por fora e a de damas por dentro girando em sentidos contrários.
*Cestinha de Rosas*
Cada dama deve parar à direita de seu par. Os cavalheiros levantam os braços
e passam por sobre as damas. Girar nos dois sentidos.
*Passeio dos Namorados*
Formar os pares novamente, e andar em fila (sempre damas atrás de damas e
cavalheiros atrás de cavalheiros).
*Olha o Túnel!*
Os noivos param e se dão as mãos no alto, por cima da cabeça, formando uma
"casinha", o próximo par, passa por debaixo do túnel e forma também a
"casinha" e assim sucessivamente, até todos passarem. Os noivos então
desfazem a sua "casinha" passam por debaixo de todo o túnel e se dão os
braços, formando o "Passeio dos namorados"; cada par então também desmonta a
"casinha" passa pelo túnel e o vão desfazendo.
*Despedida*
Vão saindo acenando, as damas com a mão (ou com um lenço), os cavalheiros
com o chapéu.
Simpatias
Sabedoria da bananeira
Na noite de São João, de 23 para 24, deve-se enfiar uma faca virgem
(nova) no tronco de uma bananeira. No dia seguinte, de manhã bem cedo,
retire a faca que
nela aparecerá o nome do(a) futuro(a) noivo(a).
Papéis mágicos
Na véspera de Santo Antônio, escreva em pequenos papéis o nome de vários(as)
pretendentes. Enrole-os e jogue-os em uma bacia ou copo d'água. O papel
que
se desenrolar primeiro indicará o nome do(a) futuro(a) companheiro(a).
Próxima viagem
Na véspera do dia de São Pedro, coloque papéis na borda de uma bacia com água indicando lugares para onde deseja viajar. Faça um barquinho de papel e coloque-o no centro da bacia. Na manhã seguinte, o barco terá apontado para onde será sua próxima viagem.
Músicas Juninas
Cai, Cai Balão
Cai, cai balão
Cai, cai balão/Aqui na minha mão
Não cai não, não cai não, não cai não
Cai na rua do sabão.
Sonho de Papel
Autor: Alberto Ribeiro
O balão vai subindo/ Vem caindo a garoa/ O céu é tão lindo/ E a noite é tão boa/
São João, São João/ Acende a fogueira/ No meu coração.
Sonho de papel/ A girar na escuridão/ Soltei em seu louvor/ No sonho multicor/
Oh! Meu São João.
Meu balão azul/ Foi subindo devagar/ O vento que soprou/ Meu sonho carregou/ Nem vai mais voltar.
Capelinha de Melão
Capelinha de melão / É de São João /
É de cravo, é de rosa / É de manjericão.
São João está dormindo / Não me ouve não /
Acordai, acordai, / Acordai, João.
Pula a fogueira
Autores: Getúlio Marinho e João B. Filho
Pula a fogueira, Iaiá
Pula a fogueira, Ioiô
Cuidado para não se queimar
Olha que a fogueira
Já queimou o meu amor
Nesta noite de festança
Todos caem na dança
Alegrando o coração
Foguetes, cantos e troca
Na cidade e na roça
Em louvor a São João
Nesta noite de foguete
Todos brincam sem medo
A soltar seu pistolão
Morena flor do sertão
Quero saber se tu és
Dona do meu coração
Balão vai subindo
O balão vai subindo
Vem vindo a garoa
O céu é tão lindo
E a noite é tão boa
São João, São João
Acende a fogueira do meu coração.
Receitas de Quitutes Juninos
Agora, só falta preparar a mesa e servir deliciosos pratos típicos!
Sugestões e receitas nos links a seguir: